Centenas de pessoas têm saído as ruas de cidades importantes da China segurando seus cães e pedindo o final do festival.


Mês de luto para quem ama cães e gatos. O espetáculo de sadismo coletivo em Yulin, na China, não é ilegal e atrai milhares de pessoas desde 2010, quando teve início essa barbárie. Entre 2 e 3 mil cães perdem a vida das maneiras mais sórdidas: a pauladas, facadas, enforcados, queimados e até mesmo jogados vivos em caldeirões de água fervente. E enquanto esperam a dolorosa morte assistem o sofrimento dos outros animais – um festival de tortura extrema, física e psicológica e, sem dúvida, uma das piores atrocidades contra os animais no planeta.



O que mais choca é grande quantidade de pessoas interessadas em participar disso, apontando para os cães que desejam comer e que muitas vezes até assistem serem assassinados. Protetores estrangeiros e chineses têm lutado arduamente para acabar com o festival, mas infelizmente o governo chinês ainda não se comoveu o suficiente para proibir esse show de dor e sangue. Inúmeros petições já foram feitas e esse ano tem também uma brasileira que já alcançou 90 mil e tem como meta 150 mil assinaturas.
Embora o Festival de Yulin ou, digamos, Dia Nacional da Matança de Cães e Gatos da China, tenha se tornado mais famoso pela venda de carne de cachorro, os pequenos felinos também são trucidados aos milhares e nas mesmas terríveis condições. Esses animais, alguns em situação de rua e outros roubados de suas casas, são amontoados em pequenas gaiolas onde não conseguem se mexer. Ficam sem comida, água, urinando e defecando uns sobre os outros…. quebram patas… e muitos têm o focinho e patas amarradas. Isso sem falar no choque emocional que dura dias, às vezes semanas a fio.
Curiosamente, os chineses acreditam que os cães são “os amigos mais verdadeiros e os parceiros mais confiáveis do homem” e, inclusive, 2018 é o Ano do Cachorro no Calendário chinês. A Humane Society International, uma das entidades mais envolvidas no combate a esse festival, está pedindo ao governo chinês que crie um plano de ação para reprimir Yulin com bloqueios de estradas antes do início do evento, para que caminhões cheios de cães e gatos possam ser impedidos de entrar na cidade.
A HSI também quer abrigos de emergência temporários, administrados em parceria com grupos de especialistas em veterinária, para cuidar de animais confiscados, além de uma campanha nacional de informação pública para alertar os comerciantes de cães de que eles deixarão de entrar em Yulin e enfrentarão punição.
Centenas de pessoas têm saído as ruas de cidades importantes da China segurando seus cães e pedindo o final do festival. Em uma dessas manifestações uma faixa gigante dizia: “Construa uma China linda, castigue os abusadores de animais”. De fato, alguns ativistas chineses têm arriscado a própria vida tentando parar caminhões cheios de animais nas estradas para libertá-los.

Algumas dessas ações já deram bons resultados com centenas de cães e gatos sendo levados a abrigos, mas o fim do festival depende da pressão da sociedade em todo o globo.
*Fátima ChuEcco é jornalista ambientalista e atuante na causa animal

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